quarta-feira, 16 de março de 2016

Para criar interesse por música nos bebes, vá além de dar brinquedos sonoros

Despertar o interesse pela música requer que os pais estejam dispostos a envolver a família nesse universo

A música é uma linguagem importante para o desenvolvimento das crianças, que também diverte e entretém. Para criar um ambiente musicalmente rico para seu filho e incentivá-lo a gostar de melodias, você não pode simplesmente lotar o quarto de brinquedos sonoros e instrumentos musicais. Fazer isso é como montar uma prateleira repleta de livros e acreditar que com isso a criança vai se tornar um leitor ávido. É preciso mais.

Os brinquedos e os instrumentos são só objetos e o interesse pelo assunto não acontece somente pelo fato de ter ou não brinquedos desse tipo. Despertar o interesse pela música requer que os pais estejam dispostos a envolver a família nesse universo.

Na hora das compras, escolha os que emitem sons diversos e músicas prontas para presentear os bebês. "Eles se entretêm com a manipulação do objeto em si e ao descobrir que eles produzem algum resultado", explica Gisela Wajskop, diretora-geral acadêmica do Instituto Superior de Educação de São Paulo - Singularidades, em São Paulo.

Não se esqueça de analisar o tipo de som e as possibilidades de volume para não acabar adquirindo objetos simplesmente barulhentos (em poucos dias, você vai decidir sumir com eles para recuperar o silêncio da casa!).

E não se deixe levar somente pelos modelos eletrônicos, aqueles em que basta apertar um botão para emitir o som de passarinhos e outros animais, por exemplo. São opções, mas lembre-se dos diversos tipos de chocalhos, paus de chuva (instrumento que, parecido com o chocalho, produz som ao ser movimentado) e sininhos. Com eles, de acordo com Gisela, aprende-se que é possível modificar a realidade usando as próprias mãos e a brincadeira não fica restrita aos mesmos sons de sempre.

"Ainda assim, é importante compreender que brinquedos desse tipo emitem sons, mas não são instrumentos musicais", fala Gisela.

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A partir de um ano, invista em modelos mais próximos a instrumentos de verdade, ou seja, que tenham o mesmo formato e sons parecidos com os reais. "O cuidado é importante para aproximar a criança do mundo da música sem tantas distorções", afirma Roberto Schkolnick, professor de musicalização da Escola Jacarandá e coordenador da área de música do Colégio Magno, em São Paulo.

Na hora de adquirir uma guitarrinha, por exemplo, dê preferência a modelos mais realistas: com cordas, não com botões ou com espaços para encaixar objetos. Aposte também em instrumentos como tambor, bateria, pandeiro, reco-reco, xilofone, violão, pianinho...

Os modelos que imitam instrumentos de sopro, como saxofone e flauta doce, por serem mais difíceis de manipular, são indicados para crianças com mais de três anos, de acordo com Teca Alencar de Brito, criadora da Teca Oficina de Música, em São Paulo, professora e pesquisadora do departamento de Música da USP.

A especialista diz que os pais não devem se deixar levar pelas aparências. "Muitos produtos têm um belo visual, mas emitem sons ruins. A qualidade sonora é importante, usar a desculpa que pode ser ruim porque é para criança não vale."

Outro cuidado importante para enriquecer a experiência é fazer uma mediação das crianças com os brinquedos. Mais que deixá-los ao alcance delas, é importante que você proponha que tentem produzir novos ritmos e acompanhem uma música que está sendo tocada no rádio, por exemplo. Para isso, você não precisa ser músico profissional. O objetivo da proposta é brincar de fazer música, experimentar –sem ter de acertar.

Schkolnick sugere também propor experiências, como comparar o som emitido ao chacoalhar um potinho plástico com grãos de arroz dentro e depois com grãos de feijão. São diferentes? Qual som é mais grave? Também é interessante simular sons contrabaixos prendendo elásticos nas paredes de uma caixa de papelão, como as de sapato. Como podemos modificar o som? Esticando mais o elástico? E se substituirmos o elástico por barbante? Lembre-se também de que criança gosta de brincar e inventar: não há nada de errado se o pianinho também for usado como a mesinha de refeições das bonecas.

fonte: UOL

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